A Pinot Noir é considerada uma das uvas mais nobres no universo das tintas. De pele fina e delicada, produz vinhos que exaltam o potencial e a essência do seu terroir. Já teve diversos nomes, e a primeira menção como Pinot Noir ocorreu em 1375, pelo Duque Philippe le Hardi em uma viagem diplomática à Bélgica.
A origem da Pinot Noir é assunto de muita polêmica, assim como diversas outras uvas. Uma das versões, segundo um ampelógrafo russo (A M Negrul 1938), primeiro a classificar variedades vitis vinifera em três grandes grupos, sugere que a Pinot Noir seja originária do Rio Nilo, no Egito, depois foi espalhada na Grécia e levada para os romanos que a levaram para a França. Porém, não há nenhuma evidência genética que possa dar embasamento para esta hipótese.
Alguns a chamam de uva “mimada”, pois é bastante sensível às condições climáticas. Geralmente brota cedo, o que pode exigir muito cuidado em regiões mais frias especialmente devido às geadas. Prefere clima temperado, vai muito bem em solo calcário-argiloso.
Quando está plantada em locais onde a temperatura é mais alta, ela pode amadurecer rápido demais, e ficar com a pele bastante fina, algo que não é desejado. Por amadurecer cedo, a Pinot Noir se adapta melhor em lugares mais frios, que possibilitam um período de maturação mais longo e completo.
Pinot Noir dá origem ao famoso Romanée-Conti
Sem dúvida alguma, a Pinot Noir ocupa um lugar muito especial no firmamento. É a responsável por alguns dos vinhos mais desejados e cobiçados da Borgonha e do mundo, como por exemplo Domaine Romanée-Conti. A Borgonha é a região onde se consagrou e mostra diversas vertentes deste variedade tão camaleônica.
Há outras regiões do mundo com ótima reputação no cultivo desta variedade: Alemanha, Suíça, Canadá, Nova Zelândia, Patagônia (Argentina), Vale do Bio-Bio (Chile), Alto Ádige (Itália), algumas regiões nos EUA, como Oregon, Sonoma, Carneros e Monterrey.
Cada vez mais, os consumidores estão conhecendo esta uva e se rendendo aos seus encantos. A demanda tem crescido, principalmente depois do filme ‘Sideways”, produção norte-americana que conta as características únicas desta variedade.
Variedade é muito usada em espumantes
Tipicamente a cor de um vinho elaborado com a Pinot Noir gira em torno de um rubi claro. Os aromas mais encontrados são amora, framboesa, pitanga, algumas especiarias e ervas. Com o passar do tempo, outros aromas evoluem, como toques de couro e notas de cogumelos.
É versátil, produzindo vinho tinto, mas muito encontrada também em vinhos rosés e espumantes, como os consagrados Champagnes ou o nosso Espumante Auguri Brut.
É bastante coringa na harmonização. Faz par perfeito para carnes leves, como aves, carne suína, bovina, alguns peixes, como salmão e atum, frutos do mar, cremes e sopas, massas com molho mais leves e vegetais.
Por Joana Barros, sommelière, gerente de Vendas e Marketing
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